As palavras dos outros...

De nada vale tentar ajudar quem não se ajuda a si próprio. "Confucio"

terça-feira, 8 de abril de 2008

Meia História (3)


Chegou, saiu do carro, dirigiu-se a ela, que já o esperava
faz tempo no passeio, estava calor, mas notava-se
que a atmosfera entre eles estava quente.
Deu-lhe um beijo e ela correspondeu com a face, e um olhar
repentino para as suas costas como se procurasse algum
olhar incomodativo.
Colocadas as malas no sitio, fizeram-se à estrada.
No principio as coisas pareciam tensas, as mãos dele,
convertiam-se nas de piloto inexperiente de ralis manhosos.
Ela escondia as suas, em mensagens imaginárias produzidas no
telemóvel, como se tentassem evitar qualquer toque entre si.
As conversas eram de circunstância. Afinal haviam passado
muitos dias, desde que se tinham encontrado uma última vez.
A sul o tempo ia dando sinais de mudança.
Ele resolveu passar a mão pelos cabelos castanhos e ligeiramente
ondulados dela.
Torceu a cabeça, e recebeu a caricia, olhou para o lado e os seus
olhos diziam não pares, mas falou, de tudo e de nada, como se
naquele momento o melhor fosse falar, mas não disse o que pensava.
Na dúvida, ele prosseguiu, continuou a conduzir com a mão esquerda
e com a direita afagava já o seu pescoço.
Chegaram ao hotel, foram ao quarto, desceram de seguida, iam jantar.
O restaurante ficava à beira-mar, com um ambiente sereno e uma
decoração muito sóbria, mas eficaz.
Pediram peixe. Jantaram; do restaurante subiram ao centro histórico
da Vila, saíram do carro, caminhavam juntos, abraçados, em fundo
ouviam-se ritmos africanos, era kizomba de karaoke...
.../...
- Então, adormeceste? Levanta-te, está na hora de sair...
- Que horas são? Logo agora que estava a ter um sonho tão bom, vens
acordar-me?

2 comentários:

the reason is you disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Às vezes pensamos que os sonhos se tornam realidade, mas não!
O que vivemos nos sonhos...é único e não tem nada a ver com o que vivemos na realidade, porque a vida é cruel e as pessoas enganam-nos, iludem-nos e desiludem-nos a toda a hora.
Por vezes, em determinadas alturas, julgamos que estamos a viver um sonho, mas depressa percebemos que estamos enganados, pois a realidade é bem diferente e dura, porque esse "AMOR" que vivemos nos sonhos só existe nos livros e nos filmes.