As palavras dos outros...

De nada vale tentar ajudar quem não se ajuda a si próprio. "Confucio"

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

É provável que esteja condenado à saudade Se assim for ela seguir-me-á Para todo o sempre contida Em poemas que escrevo, escreverei Sobre as suas mãos, olhos, cabelos E uma alma

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A Vertigem do Momento


Chegou, desferiu,
Matou, partiu...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Espera


Quando perdidos
Perguntamos
Quando perdidos
Chamamos
Quando perdidos
Procuramos
Quando perdidos
Soluçamos
Quando perdidos
Suspiramos
Quando perdidos
Clamamos

Quando perdidos
Definitivamente
Abraçamos e
Perdidos esperamos

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Bailarina com estetoscópio



Um dia
Bailarina, linda
Esbelta, convicta,
Demi-plié em demi-plié
Com Arabesque e Attitude
Em Passé fazias Pirueta
Sempre com rosto de anjo
Fosse "en avant",
Fosse "à la second"
Vi-te as lágrimas
Sequei teu rosto
Fui duro com a desistência

Adulta e firme
Lembrando a dureza
Da vida da bailarina
Prometeste, lembras-te?
Hoje Enfermeira,
Convicta, esbelta,
Séria e profissional
Sem que te deixem ser
Controlas nas tuas mãos,
Os instrumentos médicos
En Avant, en arriére, à la second
Para os doentes como enfermeira
Para os espectadores se Bailarina

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Partido

O meu coração está partido
Deixado ao acaso e em cacos.
O meu rosto contém sulcos
Percorridos pela água
Que brota dos meus olhos...
A minha alma perdeu-se
Num labirinto de ilusões.

domingo, 24 de outubro de 2010

Ver


Olho para ti
Vejo esses olhos
Olho para ti
Vejo esse sofrer
Olho para ti
Vejo a tua alma
Olho para ti
Vejo o teu correr
Olho para ti
Vejo o teu ser
Olho para ti
Vejo mas não estás ali
Olho para ti
Vejo mas não te toco
Olho para ti
E sofro

Porquê?
Porque hei-de olhar?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Amor? Amores? Brincadeiras?



Apenas na imaginação o amor promete felicidade eterna.
Pela experiência descobrimos a sua inverosimilhança.
O amor, às vezes é alegria, paixão, e compreende momentos
de serenidade entre risos e tristezas.
Em geral, o amor é suavidade, embora possa ferir.
O amor está em constante mutação, e se num instante um
sorriso pode fazer diminuir o passo, noutro talvez surja
sinal de perigo que nos obriga a avançar para agir, reagir,
enfim, fazer o necessário e tomar uma decisão rápida.
O amor é muitas coisas, mas muitas ele não é.
O amor não envergonha.
O amor não pune.
O amor não se vangloria, critica, degrada ou diminui.
Às vezes pensamos que estamos repletos de amor, mas
egoisticamente atendemos as nossas necessidades antes das
do outro. Contudo, quando expressamos verdadeiramente nosso
amor por alguém, não há como não reconhecer o calor agradável
que nos invade.
Perante tudo isto é caso para perguntar: como pode alguém mudar
tanto e depois de Juras de Amor, fugir, traír, esquecer tudo e
deixar alguém no mais fundo dos poços? Como?
Como pode alguém estar sempre a perguntar: Gostas, nos momentos
em que o calor dos corpos está em combustão, murmurar o quanto
se sente bem naquele momento, mostrando paixão e amor e
repentinamente foge, como se tudo fosse uma brincadeira de
meninos... Como?
Será que amor é isto?

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Lágrimas


O "sangue" corre como se fosse
Rio bravo em turbilhão

As lágrimas misturam-se
Engrossam o leito

O sufoco mal permite que a cabeça
Fique de fora de tal agitação

A respiração descontrolada quase leva
afogamento sem remissão

As forças vão desaparecendo, embora
luta seja forte, vibrante, desesperada.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Regresso

De regresso.
Foram vários os meses em que voluntáriamente
desapareci para me dar espaço.
Agora, depois de muito tempo, resolvi voltar.
Como diz Confúcio "cobarde é aquele que sabe o que
tem que fazer e não o faz".
Eu digo que se este tivesse razão, não seriamos tão
e tantas vezes comedidos e preocupados.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Culpa Formada


Tenho culpa,
por te ter conhecido,
por te ter procurado,
por te ter inventado,

Tenho culpa,
por te querer sentir,
por te querer cheirar,
por te querer olhar

Tenho culpa
por te querer abraçar,
por te querer tocar,
por te querer amar,

Eu posso ter,
Mas quem não gosta
Desta Formada Culpa...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Again


De novo
Aquela coisa
Um toque
Inadvertido
Calmo
Sensível
Doce

De novo, tu
Eu, de novo

sábado, 23 de janeiro de 2010

Principe Negro


Negro,
uma cor

Negro
futuro

Negro
momento

Negro
sentimento

Negro
tempo

quanto tempo tenho
tempo negro?

sábado, 16 de janeiro de 2010

Marionetas


Sempre me fascinou a manipulação
A mestria dos actores
A capacidade de dissimulação
O notável desempenho das mãos

Sempre procurei a definição
De um sentimento ou de um sentido
De um pedaço inerte pendurado
Em vários fios que lhe dão vida

Sempre admirei a representação
O jogo de cordas e de bonecos
Sem que nunca se enredassem
Nem se atrapalhassem na função

Mas quando damos conta
Que a realidade do conto teatral
Tantas vezes nos puxa também
Qual fio preso num inerte

Um braço, que não queremos
Uma perna, que não desejamos
Uma cabeça, que não mexa
Um tronco, que não dobre

Damos conta, que tal como a vida
É uma representação desenfreada
Também somos por vezes manipulados
Belas marionetas em mãos de bonecreiros

sábado, 2 de janeiro de 2010

Mais triste que a própria


A tristeza tornou-me melancólico
perdido num mar revolto
envolvido pelos braços do vento
e nas gotas de chuva grossa
escondendo as imensas lágrimas
que rolam no meu rosto
por não te ter em mim
por saber que já não moro aí,
a tristeza que sobra é vida triste
mas mais triste que a própria
onde o sol não brilha, é a lua não descer
para me serenar e acariciar

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Em mim


Abri os teus lábios
A eles me rendi
Abri o teu peito
A ele me encostei
Desnudei teus seios
Ainda os tenho aqui
Baixei-me em tuas coxas
Nelas me refugiei
No teu centro entrei
E aí, me perdi
Nestas mãos
Tenho teu cheiro teu sabor
Nos teus olhos
trago teu fulgor
Em mim te sinto
Meu amor

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Ary fala por mim


Soneto de Mal Amar

Invento-te, recordo-te, distorço
a tua imagem mal e bem amada
sou apenas a forja em que me forço
a fazer das palavras tudo ou nada.

A palavra desejo incendiada
lambendo a trave mestra do teu corpo
a palavra ciúme atormentada
a provar-me que ainda não estou morto.

E as coisas que eu não disse? Que não digo:
Meu terraço de ausência meu castigo
meu pântano de rosas afogadas.

Por ti me reconheço e contradigo
chão das palavras mágoa joio e trigo
apenas por ternura levedadas.

Ary dos Santos, in 'O Sangue das Palavras'

sábado, 12 de dezembro de 2009

Engano


Sei que vivo
no engano
desordenado
nos limites
sem sentidos
sem rumo
Sei que sim
Sei que assim é

Sei que a traição
da mente
do coração
da alma
tem limites
Sei que sim
Sei que assim é

Mas também sei
Que quero ver
Os limites de tanto
Despudor no engano

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Fim

Por razões pessoais
este blog vai encerrar
portas e deixar de ser
actualizado. Vou andar
por aí mas será com toda
a certeza a vaguear por
outros blogs que gosto
e que tenho prazer em ler.
Obrigado a todos os que
por aqui passaram...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Há Dores


Há dores
que não param
doem
moem
irritam
não se suportam
podem matar
não queremos ter

se deixam construir
não queremos ver
não queremos sentir
oriundas da mentira
feitas nas nossas costas
falhas de carácter

Há dores
que não queremos
Outras há
que jamais desejamos

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pode ser?


Hoje não me apetece
fazer nada...
saber nada...
Hoje nada me apetece...
Mas...
acho que devo dizer.
Pode ser?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Um certo olhar



Sentiu que no meio da multidão, aquele olhar penetrava no
seu centro, e ficou indefeso.
Há olhares que são assim, perturbam os sentidos e mostram
as nossas fragilidades. Despem-nos com tanta facilidade, que
mais parecem tufões a arrasar tudo à sua passagem.
Mas porque será que um olhar repentinamente, tem tanto
significado?
Porquê reagir assim aos olhos, que nos penetram a nuca e nos
arrancam da letargia?
Interessante este fenómeno, que atravessa o corpo e a mente,
e nos eleva a céus desconhecidos, luas distantes e imaginários
alucinantes.
Porquê?
Porque estavam ali aqueles olhos brilhantes, sem definição
de cor, mas que nos vários ângulos, mais pareciam prismas
cromáticos, que perseguiam os seus para onde quer que
fosse, mesmo que no meio da multidão?
As suas pernas compridas e bem definidas, ajustadas por
calças que lhe marcavam as linhas fantásticas e com medidas
cujo arquétipo está no nosso subconsciente, acompanhado por
peito não muito volumoso, mas de acordo com a sua linha de
cintura, a par de um rosto sereno, sorriso franco, e com ar
feliz, faziam da dona deste olhar, um hino à condição de ser
mulher.
No meio de tantos descobre-se assim, algo que nos perturba
e desajeita, como se fôssemos desengonçadas marionetas
desprovidas de vida própria.
Depois vem outro fenómeno curioso e interessante, a
necessidade de preparar, ele próprio um olhar que possa
surtir o mesmo efeito no lado contrário, e mostrar que
também do seu lado existe vida, que está disponível para
partilhar os olhos e toda uma massa corporal, a par do
discurso, que não tem que ser do método, mas o próprio.
Alcançado sucesso e sentindo que tudo se conjuga, é chegado
o momento de fazer com que tudo avance e se passe para uma
viajem lunar, que leva os nossos sentidos à elevação da raiz
quadrada, multiplicada por equações matemáticas e várias
fórmulas químicas.
Nasce então a sublimação.
De tal modo é forte, que apenas se consegue visualizar num
momento perfeitamente cósmico e metafísico.
O sexo instala-se de tal forma que os poros de ambos, mostram e
respondem ao estimulo na sua intensa actividade, como
se fossem autênticas e fortíssimas máquinas, poderosos
instrumentos de navegação que se vislumbravam, em cada zona
dos corpos.
O sexo tornou-se então cada vez mais delicioso e vertiginoso,
sentia-se através das suas respirações, gemidos sentidos e do
toque nas zonas mais erógenas, onde quase se confundem as
pernas dela com os braços e mãos dele, a sua boca com o peito
dela, enfim uma fusão corporal sensual, aparentemente
descompassada, mas claramente centrada numa lógica química
que os corpos e mentes conhecem na perfeição.
Com um olhar começaram novos rumos para duas pessoas.
Com tudo isto, é caso para dizer:
- "o que um olhar nos pode trazer, fazer, ser, sei lá"...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Amanhã logo voo.


De pássaro
humilhado
A homem
esmagado
Sem sentido
magoado
Com temores
pesadelos
Se quiserem
chamem
Se não
não

Hoje
quero ser
Amanhã
talvez
Com ou sem elas
voarei
Caio
não faz mal
Hoje
penso
Amanhã
logo voo.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

The Last Waltz


sinto falta daquela
chuva que arrefece
terra seca e que dela
faz brotar cheiro inebriante
intenso e contagiante

sinto falta daquele solo
barrento e poeirento
tão alentejano onde vivi
momentos fascinantes
e consegui ser bailarino

sinto falta daquelas danças
e outras valsas que contigo
fazia à beira do lago
noites de luar tranquilas
onde eu e tu éramos um

sinto falta daquele calor
forte e possessivo
que me empurrava para
ti e para o teu nu regaço
belo e de excelência

sinto tanto a tua falta
mulher de terra quente
quero sentir todo o teu cheiro
mesmo que banhada pelas
gotas de chuva ou orvalho

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Um dia de cada vez


calmo
sereno
tranquilo
de olhar penetrante
persigo o mundo

arrojado
consciente
marcado
de olhar felino
sigo um destino

sóbrio
forte
convicto
de olhar desabrido
procuro-lhe o rosto

todos os dias
mas um, de cada vez

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

UFF... Ela é tão Linda


Depois de vários dias em completo sobressalto, em que tudo
parece ter tão pouca importância, a minha afilhada após
dias atrozes de sofrimento, finalmente começou a recuperar.
Uma incrível pressão na cabeça impedia que um dos seus olhos,
funcionasse, perdeu a visão, e os músculos do mesmo deixaram
de "trabalhar". Foi um pânico.
Corri seca e Meca, pedi ajuda, informação, sei lá, foi um
desassossego, mas conseguiu-se.
O espantoso de tudo isto, é que descobri, que para além das
minhas duas filhas, tenho afinal mais uma. Tanto lhe quero.
Pai, não é quem é, é de facto quem quer ser.
Mas ela está mais rica, tem dois Pais, fantástico.
UFF... Estou muito mais tranquilo, ela é verdadeiramente uma
lutadora linda e fantástica, os médicos e as ajudas idem.
É bom ter quem partilhe experiências destas.
Finalmente consigo estar calmo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Quiçá amanhã


Teus olhos
varrem a essência
Teu beijo
sublima sentimentos
Teu corpo
um filme de sonho

Teus olhos
lagos de vida
Teu beijo
fonte que jorra
Teu corpo
porto de abrigo

Em descanso,
alcanço
sem merecer
teu ser

Querendo hoje
não querendo amanhã,
aquelas dúvidas
relembrando o ontem

Olhando a lua
desenfreado, sim
querendo sentir
hoje, quiçá amanhã

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Poema sem brilho



Na escuridão da noite
Vi o brilho do cigarro
Pela primeira vez os seus olhos
Não brilhavam na escuridão,
A lua ofuscava, tanta era a luz.
O seu rosto pálido
Parece passar provação
Dificuldades e incertezas
Quanto a coração alheio.

São agora males infligidos
A outrem que prova

Naquela escuridão lembrou
Quantas vezes a abraçou
Quantas vezes a amou
Quantas vezes a beijou
E de quantas vezes desejou
Que aqueles momentos
Fossem uma foto eterna.

Vi a sua tristeza naquela hora
De cabelo apanhado e sem chama
Mas como quem ama perdoa
Naquele momento quis dar-lhe o seu calor
Fazê-la sentir que há mais mar
Em outros oceanos e mais mundos.

Naquele momento quis dizer-lhe
Num sussurro tão costumeiro
Coisas doces e verdadeiras
Naquele momento acordou e pensou:

“Este é um filme terrível, não desejado,
um final esperado, a ausência de alma”.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pássaro Negro


Como se eu fosse um pássaro negro
voo sobre a minha consciência
o teu rosto
o nosso beijo

Como se eu fosse esse pássaro
voo lembrando o teu corpo
o teu abraço
o nosso riso

Como esse pássaro negro descontrolado
voo por cima da mágoa desesperada
procurando-te incessantemente
como se ali estivesses e eu contigo

Como esse pássaro desanimado
voo e procuro onde paras
fazer-te perceber
breve não tenho asas

Como qualquer pássaro desgostoso
voo sem cessar já sem esperança
norte e sem ti
quase sem penas

terça-feira, 4 de agosto de 2009

E...



Partido
de ti
Dorido
em ti
Perdido
de ti
Sentido
por ti

Desgovernado
de mim
Transtornado
em mim
Magoado
por ti
Desolado
por nós

E

Passado, cansado
Deste passado.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

louco de dor


quero gritar
estou amordaçado
quero gritar
tenho que ser Homem
quero gritar
tenho que ser forte

sei ser diferente
mas sou humano
sei ser diferente
mas percebo agora
como pode ser fácil
perder a compostura

Momentos


carrego angústias
difíceis de suportar
carrego pesadelos
difíceis de confessar

carrego um peso
difícil de entender
carrego um gostar
difícil de esquecer

carrego na mente
e na carne sabores
momentos e dores
bem presentes

carrego tudo
não a mentira
não a ignomínia
não a falsidade

tudo descarreguei
tudo abandonei

terça-feira, 7 de julho de 2009

Em posição


A lua estava lá
As estrelas idem
Nós também

sexta-feira, 26 de junho de 2009

E Agora?


O calor no tempo
Contrasta a frieza do momento
Saga interminável
Que questiona em permanência

Um olhar sonhador
Que eleva consciências
Num momento
Difícil e em desacerto

O calor de corpos
Embaraça nas dúvidas
Na frieza do pensamento
Em consciências perfeitas

Nos olhares penetrantes
Convictos e sérios
Mas sem conseguirem
Segurar lágrimas sentidas

A brisa da noite
Embala num calor estranho
Os pensamentos afogados
Em dúvidas persistentes

De quem quer viver
De quem quer sonhar
De quem quer voltar
De quem quer sentir

domingo, 24 de maio de 2009

Alguns Homens


Porque há idiotas chapados.
Porque há imbecis desbragados.
Porque há depravados insanos.
Porque há mentirosos convictos.
Porque há sacanas compulsivos.

Só há uma solução:

Homens de fibra.
Homens com coração.
Homens sérios.

Onde andam?
Ás vezes, parecem poucos!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Marcado


Se não tivesse
Se não quisesse
Se não pudesse
Se não fosse
A hipocrisia
O cinismo
Seriam arma
Marcada com força
De quem foi marcado
Com ferro quente.

Como pode
Alguém ousar
Como pode
Alguém imaginar
Como pode
Alguém pedir
O que rejeitou
Preferindo sempre
Omissão
Ocultação.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A Floresta de Enganos



Um duende
verde de raiva
Numa floresta
Intranquila

Devoradora
De vontades
De quereres
De amores

Um fauno
Negro de mágoa
Numa floresta
De Enganos

Produtora
De indulgência
De falsidade
De mentira

eu sou, só,
eu estou, só,
eu sinto, só,
eu vou... só!

terça-feira, 28 de abril de 2009

3 espelhos


difícil é suportar
difícil é esquecer
que na ombreira
da porta, encostada
meia coberta, no meio
de 3 espelhos
a sua imagem reflectia
luz, êxtase, admiração
e eu
meia cara feita
meia de espuma
e a
bruma de vapor
irrompendo
e o
seu rosto,
a sumir,
e o
seu corpo,
a desaparecer
e a
sua toalha,
pendurada
e o
seu cheiro,
perdido
e eu
olhava o espelho
de forma fixa,
a sua imagem
desvaneceu-se
qual nevoeiro
sebastiânico,
no meio da bruma
não a encontro.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A Noite Passada


Falei contigo
Senti tua voz
Ouvi teu som
Percebi teu tom

Estavas longe
Muito longe
Não te mexia
Não te sentia

Virtualmente
Daquele lado
Só tinha entoação
Não tinha canção

Do lado de lá
Estavas tu
Do lado de cá
Não estava eu

A noite passada
Trouxe-me à ideia
Dores não esquecidas
Cicatrizes percebidas

terça-feira, 31 de março de 2009

Olhos



Olhos brilhantes
Iluminam a noite
E perfeitos
E penetrantes
E fantásticos

Olhos teus
Despem os meus
E a mente
E a alma
E os sentidos

Olhos simples
Em fuga
E a coragem
E a verdade
E o carácter

Olhos
Simplesmente
E partiram
E ...........
E ceguei

domingo, 22 de março de 2009

Desencanto


Queria tanto
Responder ao teu grito
Ser o teu desejo
Sentir o teu calor

Acalmar a tua dor
Perder-me no teu beijo
Resolver o teu dilema
Ser o teu regaço
O teu descanso

Queria tanto ser
Aquele que afaga e abraça
Dizer estou aqui ou ir aí

Tanto que eu te queria
Mas não gritaste
Não chamaste

Queria mesmo muito
Tanto que eu queria

sexta-feira, 20 de março de 2009

Máscara


A força de um olhar
Que não é meu
De uma máscara
Que não tenho
De um personagem
Que não sou
Embala-me no éter
Leva-me aos sonhos
Que perdi
Não encontro
Mas porquê?

sexta-feira, 13 de março de 2009

Estrelas


Há estrelas?
No céu não existem,
Só o reflexo de olhos
Que sofrem com dor,
Ai de quem confia
O amor à lua
E o perde entre nuvens.
Há estrelas?
Não, hoje não há.

sábado, 7 de março de 2009

Honra


Gostava que tivesse
Havido decência, coragem, verdade.

Gostava que tivesse,
Havido tempo, correcção, capacidade.

Nem aqui e agora se compra,
Aprende-se, cultiva-se, vive-se.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Meta


Infelizmente não vai ser possível chegar...
Ainda é cedo...
Primeiro o chá, depois o resto...

quarta-feira, 4 de março de 2009

Vou ter que pensar


Sinceramente, não sei o que fazer,
branca, preta, ou...
Ás vezes vale mais um bom chá,
Outras quem...

domingo, 1 de março de 2009

Mais Um


Esta coisa de só ter aniversário de
4 em 4 anos é giro, pois enquanto
os outros envelhecem mais depressa
eu tenho sempre menos uns dias, ou
mais em jeito de brincadeira, menos
uns anos.
Mas não há bela sem senão, pois
quando não há 29 de Fevereiro,
os amigos aproveitam o 28 de
Fevereiro e o dia 1 de Março para
estar dois dias em Festa.
Malandragem. :)
E pronto este ano não houve 29. :)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Nevoeiro


Existem coisas que nos recordam caminhos
Que julgávamos esquecidos
Os teus lábios são farol que ilumina
De que me lembro incessantemente
Naquelas noites de nevoeiro

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Hoje ao fim da tarde...


Quero gritar
Tão forte
Tão perto do sol
Palavras enroladas
Que nunca disse
Nunca consegui dizer
Belas, outras não
Sentidas, sinceras
Verdadeiras
Quero gritar
Qual tornado
Não domado
Quero gritar
Na floresta
Não de enganos.
Depois…
Quero adormecer
Descansado
Acordar no teu regaço
Sentir os teus dedos
O teu cheiro.
Depois…
Não quero mais nada.
Percebes?
Não peço muito.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Tudo


Tenho cicatrizes de mais
Tenho medo do futuro
Ainda tenho tudo tão aqui
Ainda te tenho tão aqui

Eu nunca quis
Que fosses apenas mais uma,
Eu nunca quis
Que fosses minha só por segundos

Entre nós o beijo e o abraço era o tudo
Entre nós tudo era possível e não
Entre nós havia coisas inexplicáveis
Entre nós tinha que haver sentimento

Relembro tudo a cada passo
Relembro tudo na pele
Relembro tudo no coração
Relembro tudo na minha cabeça

Porque não percebes
Porque não entendes
Vem abraça-me, estou aqui
Vem sente-me, anda para aqui

Deixa-me contar as histórias
Que só tu podes ouvir
Que só tu podes sentir
Que só eu posso contar

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Desígnio


Tão cansado
Mesmo muito cansado
Desolado e frustrado
Num momento de histeria
Colectiva e individual
A desempenhar
Personagens
Que não quero
Que abomino
Qual Adamastor camoniano
Que teimo em não esquecer
Em arrumar para profundezas
De onde não possa sair
Preciso de um novo caminho
Limpo, tranquilo e desejado
Ter um novo desígnio
Apaixonar, amar e viver
Sorrir, lutar e querer viver
Na minha liberdade
Qual pássaro azul
A voar num verde céu…