As palavras dos outros...

De nada vale tentar ajudar quem não se ajuda a si próprio. "Confucio"

sexta-feira, 28 de março de 2008

Meia história (2)


Entraram no restaurante. Reservado, calmo, bom de mesa.
No tecto pende um candeeiro, que permite às pessoas ficarem
numa penumbra doce, ténue, dando uma sensação de calma,
apenas interrompida por acordes mais fortes, do piano instalado
a meia sala, que o pianista, indolente e pacientemente parece
tocar, como se já o fizesse faz séculos.
Sentaram-se, ficaram de frente.
Trocaram a conversa normal e de circunstância com o empregado
de mesa, simpático e eficiente.
Escolheram o que comer, mas dava a sensação que não estavam ali
para isso.
Até final do jantar, não trocaram mais que palavras simples e rápidas.
Nem a comida conseguía fazer desviar aqueles longos e silenciosos olhares.
Estavam a "falar" é um facto, ninguém dava conta, só eles.
O jantar terminou, saíram, entraram no carro.
Daí para a marginal foi rápido.
Estacionaram, as portas abriram-se, passaram para os bancos
traseiros.
Tocaram-se, as barreiras quebraram-se.
A ela, o vestido tombou-lhe dos ombros, e os seios erectos cor de
ameixa, ficaram à mostra, deitou-se indolente, calma e serena.
Ele, despia a camisola de forma rápida e desajeitada.
A lua deixava perceber os corpos nus, onde se percebia a sua beleza,
com contornos sombreados pela pouca luz.
A entrega dos corpos e dos pensamentos era total, amavam-se...

2 comentários:

Anónimo disse...

Esse Olhar...
Os olhos não conseguem mentir!
Tudo começa por um olhar. Não dá mesmo para disfarçar.
Um olhar, por vezes, diz mais que as próprias palavras.

Anónimo disse...

Perfeito.
Acho que estás apaixonado!
Aproveita o "fogo" dessa paixão