quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Em mim
Abri os teus lábios
A eles me rendi
Abri o teu peito
A ele me encostei
Desnudei teus seios
Ainda os tenho aqui
Baixei-me em tuas coxas
Nelas me refugiei
No teu centro entrei
E aí, me perdi
Nestas mãos
Tenho teu cheiro teu sabor
Nos teus olhos
trago teu fulgor
Em mim te sinto
Meu amor
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Ary fala por mim
Soneto de Mal Amar
Invento-te, recordo-te, distorço
a tua imagem mal e bem amada
sou apenas a forja em que me forço
a fazer das palavras tudo ou nada.
A palavra desejo incendiada
lambendo a trave mestra do teu corpo
a palavra ciúme atormentada
a provar-me que ainda não estou morto.
E as coisas que eu não disse? Que não digo:
Meu terraço de ausência meu castigo
meu pântano de rosas afogadas.
Por ti me reconheço e contradigo
chão das palavras mágoa joio e trigo
apenas por ternura levedadas.
Ary dos Santos, in 'O Sangue das Palavras'
sábado, 12 de dezembro de 2009
Engano
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Fim
este blog vai encerrar
portas e deixar de ser
actualizado. Vou andar
por aí mas será com toda
a certeza a vaguear por
outros blogs que gosto
e que tenho prazer em ler.
Obrigado a todos os que
por aqui passaram...
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Há Dores
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Pode ser?
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Um certo olhar
seu centro, e ficou indefeso.
Há olhares que são assim, perturbam os sentidos e mostram
as nossas fragilidades. Despem-nos com tanta facilidade, que
mais parecem tufões a arrasar tudo à sua passagem.
Mas porque será que um olhar repentinamente, tem tanto
significado?
Porquê reagir assim aos olhos, que nos penetram a nuca e nos
arrancam da letargia?
Interessante este fenómeno, que atravessa o corpo e a mente,
e nos eleva a céus desconhecidos, luas distantes e imaginários
alucinantes.
Porquê?
Porque estavam ali aqueles olhos brilhantes, sem definição
de cor, mas que nos vários ângulos, mais pareciam prismas
cromáticos, que perseguiam os seus para onde quer que
fosse, mesmo que no meio da multidão?
As suas pernas compridas e bem definidas, ajustadas por
calças que lhe marcavam as linhas fantásticas e com medidas
cujo arquétipo está no nosso subconsciente, acompanhado por
peito não muito volumoso, mas de acordo com a sua linha de
cintura, a par de um rosto sereno, sorriso franco, e com ar
feliz, faziam da dona deste olhar, um hino à condição de ser
mulher.
No meio de tantos descobre-se assim, algo que nos perturba
e desajeita, como se fôssemos desengonçadas marionetas
desprovidas de vida própria.
Depois vem outro fenómeno curioso e interessante, a
necessidade de preparar, ele próprio um olhar que possa
surtir o mesmo efeito no lado contrário, e mostrar que
também do seu lado existe vida, que está disponível para
partilhar os olhos e toda uma massa corporal, a par do
discurso, que não tem que ser do método, mas o próprio.
Alcançado sucesso e sentindo que tudo se conjuga, é chegado
o momento de fazer com que tudo avance e se passe para uma
viajem lunar, que leva os nossos sentidos à elevação da raiz
quadrada, multiplicada por equações matemáticas e várias
fórmulas químicas.
Nasce então a sublimação.
De tal modo é forte, que apenas se consegue visualizar num
momento perfeitamente cósmico e metafísico.
O sexo instala-se de tal forma que os poros de ambos, mostram e
respondem ao estimulo na sua intensa actividade, como
se fossem autênticas e fortíssimas máquinas, poderosos
instrumentos de navegação que se vislumbravam, em cada zona
dos corpos.
O sexo tornou-se então cada vez mais delicioso e vertiginoso,
sentia-se através das suas respirações, gemidos sentidos e do
toque nas zonas mais erógenas, onde quase se confundem as
pernas dela com os braços e mãos dele, a sua boca com o peito
dela, enfim uma fusão corporal sensual, aparentemente
descompassada, mas claramente centrada numa lógica química
que os corpos e mentes conhecem na perfeição.
Com um olhar começaram novos rumos para duas pessoas.
Com tudo isto, é caso para dizer:
- "o que um olhar nos pode trazer, fazer, ser, sei lá"...
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Amanhã logo voo.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
The Last Waltz
sinto falta daquela
chuva que arrefece
terra seca e que dela
faz brotar cheiro inebriante
intenso e contagiante
sinto falta daquele solo
barrento e poeirento
tão alentejano onde vivi
momentos fascinantes
e consegui ser bailarino
sinto falta daquelas danças
e outras valsas que contigo
fazia à beira do lago
noites de luar tranquilas
onde eu e tu éramos um
sinto falta daquele calor
forte e possessivo
que me empurrava para
ti e para o teu nu regaço
belo e de excelência
sinto tanto a tua falta
mulher de terra quente
quero sentir todo o teu cheiro
mesmo que banhada pelas
gotas de chuva ou orvalho
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Um dia de cada vez
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
UFF... Ela é tão Linda
Depois de vários dias em completo sobressalto, em que tudo
parece ter tão pouca importância, a minha afilhada após
dias atrozes de sofrimento, finalmente começou a recuperar.
Uma incrível pressão na cabeça impedia que um dos seus olhos,
funcionasse, perdeu a visão, e os músculos do mesmo deixaram
de "trabalhar". Foi um pânico.
Corri seca e Meca, pedi ajuda, informação, sei lá, foi um
desassossego, mas conseguiu-se.
O espantoso de tudo isto, é que descobri, que para além das
minhas duas filhas, tenho afinal mais uma. Tanto lhe quero.
Pai, não é quem é, é de facto quem quer ser.
Mas ela está mais rica, tem dois Pais, fantástico.
UFF... Estou muito mais tranquilo, ela é verdadeiramente uma
lutadora linda e fantástica, os médicos e as ajudas idem.
É bom ter quem partilhe experiências destas.
Finalmente consigo estar calmo.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Quiçá amanhã
Teus olhos
varrem a essência
Teu beijo
sublima sentimentos
Teu corpo
um filme de sonho
Teus olhos
lagos de vida
Teu beijo
fonte que jorra
Teu corpo
porto de abrigo
Em descanso,
alcanço
sem merecer
teu ser
Querendo hoje
não querendo amanhã,
aquelas dúvidas
relembrando o ontem
Olhando a lua
desenfreado, sim
querendo sentir
hoje, quiçá amanhã
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Poema sem brilho
Na escuridão da noite
Vi o brilho do cigarro
Pela primeira vez os seus olhos
Não brilhavam na escuridão,
A lua ofuscava, tanta era a luz.
O seu rosto pálido
Parece passar provação
Dificuldades e incertezas
Quanto a coração alheio.
São agora males infligidos
A outrem que prova
Naquela escuridão lembrou
Quantas vezes a abraçou
Quantas vezes a amou
Quantas vezes a beijou
E de quantas vezes desejou
Que aqueles momentos
Fossem uma foto eterna.
Vi a sua tristeza naquela hora
De cabelo apanhado e sem chama
Mas como quem ama perdoa
Naquele momento quis dar-lhe o seu calor
Fazê-la sentir que há mais mar
Em outros oceanos e mais mundos.
Naquele momento quis dizer-lhe
Num sussurro tão costumeiro
Coisas doces e verdadeiras
Naquele momento acordou e pensou:
“Este é um filme terrível, não desejado,
um final esperado, a ausência de alma”.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Pássaro Negro
Como se eu fosse um pássaro negro
voo sobre a minha consciência
o teu rosto
o nosso beijo
Como se eu fosse esse pássaro
voo lembrando o teu corpo
o teu abraço
o nosso riso
Como esse pássaro negro descontrolado
voo por cima da mágoa desesperada
procurando-te incessantemente
como se ali estivesses e eu contigo
Como esse pássaro desanimado
voo e procuro onde paras
fazer-te perceber
breve não tenho asas
Como qualquer pássaro desgostoso
voo sem cessar já sem esperança
norte e sem ti
quase sem penas
terça-feira, 4 de agosto de 2009
E...
quarta-feira, 22 de julho de 2009
louco de dor
Momentos
terça-feira, 7 de julho de 2009
sexta-feira, 26 de junho de 2009
E Agora?
domingo, 24 de maio de 2009
Alguns Homens
terça-feira, 19 de maio de 2009
Marcado
segunda-feira, 11 de maio de 2009
A Floresta de Enganos
terça-feira, 28 de abril de 2009
3 espelhos
difícil é esquecer
que na ombreira
da porta, encostada
meia coberta, no meio
de 3 espelhos
a sua imagem reflectia
luz, êxtase, admiração
e eu
meia cara feita
meia de espuma
e a
bruma de vapor
irrompendo
e o
seu rosto,
a sumir,
e o
seu corpo,
a desaparecer
e a
sua toalha,
pendurada
e o
seu cheiro,
perdido
e eu
olhava o espelho
de forma fixa,
a sua imagem
desvaneceu-se
qual nevoeiro
sebastiânico,
no meio da bruma
não a encontro.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
A Noite Passada
terça-feira, 31 de março de 2009
Olhos
domingo, 22 de março de 2009
Desencanto
Queria tanto
Responder ao teu grito
Ser o teu desejo
Sentir o teu calor
Acalmar a tua dor
Perder-me no teu beijo
Resolver o teu dilema
Ser o teu regaço
O teu descanso
Queria tanto ser
Aquele que afaga e abraça
Dizer estou aqui ou ir aí
Tanto que eu te queria
Mas não gritaste
Não chamaste
Queria mesmo muito
Tanto que eu queria
sexta-feira, 20 de março de 2009
Máscara
sexta-feira, 13 de março de 2009
Estrelas
sábado, 7 de março de 2009
Honra
quinta-feira, 5 de março de 2009
quarta-feira, 4 de março de 2009
domingo, 1 de março de 2009
Mais Um
Esta coisa de só ter aniversário de
4 em 4 anos é giro, pois enquanto
os outros envelhecem mais depressa
eu tenho sempre menos uns dias, ou
mais em jeito de brincadeira, menos
uns anos.
Mas não há bela sem senão, pois
quando não há 29 de Fevereiro,
os amigos aproveitam o 28 de
Fevereiro e o dia 1 de Março para
estar dois dias em Festa.
Malandragem. :)
E pronto este ano não houve 29. :)
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Nevoeiro
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Hoje ao fim da tarde...
Quero gritar
Tão forte
Tão perto do sol
Palavras enroladas
Que nunca disse
Nunca consegui dizer
Belas, outras não
Sentidas, sinceras
Verdadeiras
Quero gritar
Qual tornado
Não domado
Quero gritar
Na floresta
Não de enganos.
Depois…
Quero adormecer
Descansado
Acordar no teu regaço
Sentir os teus dedos
O teu cheiro.
Depois…
Não quero mais nada.
Percebes?
Não peço muito.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Tudo
Tenho cicatrizes de mais
Tenho medo do futuro
Ainda tenho tudo tão aqui
Ainda te tenho tão aqui
Que fosses apenas mais uma,
Eu nunca quis
Que fosses minha só por segundos
Entre nós tudo era possível e não
Entre nós havia coisas inexplicáveis
Entre nós tinha que haver sentimento
Relembro tudo na pele
Relembro tudo no coração
Relembro tudo na minha cabeça
Porque não entendes
Vem abraça-me, estou aqui
Vem sente-me, anda para aqui
Que só tu podes ouvir
Que só tu podes sentir
Que só eu posso contar
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Desígnio
Mesmo muito cansado
Desolado e frustrado
Num momento de histeria
Colectiva e individual
A desempenhar
Personagens
Que não quero
Que abomino
Qual Adamastor camoniano
Que teimo em não esquecer
Em arrumar para profundezas
De onde não possa sair
Preciso de um novo caminho
Limpo, tranquilo e desejado
Ter um novo desígnio
Apaixonar, amar e viver
Sorrir, lutar e querer viver
Na minha liberdade
Qual pássaro azul
A voar num verde céu…
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Sonhos e Pesadelos
Pedi-te um beijo
Chegaste a mim
Encostaste o teu corpo
Abandonaste-te
Coloquei o meu braço
Segurei a tua cabeça
Mexi nos teus cabelos
Contornei os teus lábios
Continuaste o teu abandono
Fundiste o teu corpo no meu
Vivemos de novo esse calor
Recebi esse beijo único
Sonhava outra vez
Sonhava mais uma vez
Um sonho insistente
Um pesadelo de novo
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Desalinho
Desci com a noite
Perdido na calçada
A mão empurra o cabelo
Percorro a rua
Em perfeito desatino
E não a consigo descobrir
Viro na esquina
Sinto os flocos de neve
Que me acariciam o rosto
Nesta rua também não
O frio intensifica
O meu corpo pede calor
Em desalinho contínuo
Procuro e não encontro
Lua, falta o teu beijo, teu calor.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Não há momentos...
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Olá Pai
Ver-te assim
Inconsciente
Sentir-te assim
Magoado
Olhar-te assim
Prostrado
Abraçar-te assim
Amarrado
Dar-te beijos assim
Insano
É tão difícil Pai.
Onde está a tua força
A tua coragem
Onde estás
Em que mundo te perdeste
Vem daí, anda comigo,
Seca as minhas lágrimas
Preciso da tua mão
Do teu abraço
Não é ainda tempo
Da terra de sonhos
Continua a lutar
Por ti, por nós
Eu também
não vou desistir.
Olá Pai...
Gosto tanto de ti.